Controle do coeficiente de atrito: como garantir o deslizamento ideal de superfícies

O comportamento de uma embalagem em uma linha de produção automatizada depende diretamente de como sua superfície interage com as partes da máquina e com outras embalagens. Quando essa interação não é prevista, surgem problemas operacionais clássicos: filmes que enroscam, etiquetas que não aderem ou pilhas de caixas que desmoronam por falta de estabilidade.
A propriedade física que rege esses comportamentos é o coeficiente de atrito (COF). Controlar essa variável não é apenas uma questão de conformidade, mas de maquinabilidade. Neste artigo, vamos explorar a diferença entre atrito estático e dinâmico e como a medição precisa desses valores assegura a fluidez do processamento e a integridade da aplicação final.
O que é o coeficiente de atrito e qual seu impacto no processo?
O coeficiente de atrito é a medida da resistência ao deslizamento entre duas superfícies. Para a indústria de embalagens e papéis, entender esse número é vital para evitar paradas de máquina e inconsistências. O controle deve considerar duas fases distintas:
- Atrito estático: É a força necessária para iniciar o movimento. Um valor adequado é crucial para, por exemplo, garantir que sacos ou caixas empilhadas não escorreguem durante o transporte e armazenamento.
- Atrito dinâmico: É a força necessária para manter o movimento. Esse parâmetro define a velocidade e a fluidez com que um filme plástico passa pelos rolos de uma empacotadora automática sem sofrer estiramento ou travamento.
A tecnologia para a medição objetiva do deslizamento
Avaliar o atrito esfregando amostras manualmente não fornece dados confiáveis. O controle de qualidade exige o uso de equipamentos dedicados, como o Medidor de Coeficiente de Atrito COF-21. Este equipamento desloca um trenó (peso padrão) sobre a amostra a uma velocidade constante, registrando as forças envolvidas com alta precisão.
A versatilidade do equipamento permite atender diferentes normas e materiais através da troca do trenó:
- Trenó de 200 g: Utilizado para ensaios em filmes plásticos flexíveis e papéis finos.
- Trenó de 1360 g: Recomendado para materiais mais rígidos, como papel cartão e papelão ondulado.
Além do deslizamento, o equipamento permite realizar testes de adesividade (Peel) em 90° e 180°, fundamentais para validar a performance de fitas e etiquetas autoadesivas, garantindo a conformidade com as normas técnicas TAPPI T-549 e T-816, ASTM D 4917, D 1894 e D 3247, ISO 8295 e DIN 53375.
Benefícios do controle técnico do COF
Implementar o ensaio de atrito na rotina de qualidade traz previsibilidade para a operação. Ao garantir que o material esteja dentro dos padrões de COF especificados, a indústria assegura:
- Estabilidade na alimentação: Redução de enroscos e falhas de avanço em máquinas de corte, impressão e dobra.
- Precisão na aplicação: Etiquetas e fitas com a aderência correta para a superfície de destino.
- Segurança logística: paletes e pilhas estáveis, minimizando o risco de incidentes durante a movimentação.
O coeficiente de atrito é uma especificação técnica que dita a eficiência da linha de produção e a funcionalidade da embalagem. Monitorar o COF estático e dinâmico com equipamentos adequados transforma uma variável incerta em um dado controlado. Isso permite que a equipe técnica ajuste processos, valide fornecedores e garanta que o material se comporte exatamente como planejado, da conversão até o uso final.


